segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E a febre amarela?

Depois das primeiras notícias a respeito da febre amarela, viajar para alguns estados brasileiros tornou-se uma atividade tensa. O Viagem & Lazer consultou o especialista em medicina do viajante, Dr. Marco Foltran, e traz esclarecimentos sobre o assunto.

1. O que é febre amarela?
É uma doença causada por um vírus e transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. A intensidade dos sintomas pode variar muito, desde quadros simples com febre e mal estar até morte por falência de múltiplos órgãos.

2. Como está a situação da febre amarela no Brasil?
Até o fim de janeiro  de 2008, 40 casos foram notificados, destes, 19 foram confirmados para febre amarela, onde 10 evoluíram para óbito e nove foram curados. Cinco casos ainda permanecem em investigação. Os locais confirmados para a doença foram áreas silvestres dos estados de Goiás, Brasília e Mato Grosso do Sul. Nenhum caso foi de febre amarela "urbana", ou seja, o risco de contágio está restrito às áreas de floresta.


3. Quem deve se vacinar?
Habitantes de área de risco ou quem vai viajar para estas áreas. A vacina passa a valer após 10 dias da aplicação e seu efeito dura 10 anos. Não se recomenda revacinar antes de completar o período de 10 anos.

4. Quem não pode se vacinar?
As contra-indicações para a vacina são: crianças menores de nove meses, alérgicos a ovos, pessoas com baixa imunidade (portadores do vírus HIV, transplantados e pós-tratamento de câncer). Quem recebeu sangue e derivados a menos de oito semanas também deve aguardar. Gravidez e idade avançada são contra-indicações relativas e devem ter uma avaliação caso a caso. Nesses casos, o viajante pode obter um certificado válido para viajar nos postos de vacinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bastando levar documento com foto e declaração assinada pelo médico com a justificativa da impossibilidade em tomar a vacina.

5. Países que exigem o certificado internacional de vacinação:
Dependendo do país, as exigências do certificado de vacinação podem variar. Existem países que exigem o documento de todos os viajantes, outros, somente daqueles que vêm de países de risco. Para cidadãos brasileiros ou estrangeiros que aqui estiveram recentemente, alguns países da África e da América do Sul exigem o documento e não é possível sequer entrar no país sem comprovar o estado vacinal. Para a Europa e América do Norte, não são exigidos comprovantes. Como estas regulamentações podem mudar, a dica para os viajantes é buscar informação atualizada junto aos consulados ou na página da organização mundial de saúde (OMS). No site da Anvisa (www.anvisa.gov.br), existe uma seção específica para viajantes com um atalho para a página da OMS.

6. E para viajar dentro do País?
Não há obrigatoriedade da vacina. Mais importante do que a exigência da vacina é a preocupação com a saúde. O risco está restrito às áreas de floresta, ou seja, numa viagem a negócios para a cidade de Brasília o risco é imperceptível, agora, se esta viagem incluir um churrasco numa chácara a alguns quilômetros da capital federal, o quadro muda completamente.
Fonte: Caderno Viagem e Lazer - Jornal O Povo - Edição de 06/03/08.
 Boa Viagem!

Turista de barrigão

O bebê está chegando? Mais do que nunca é hora de se divertir. Veja as dicas para as futuras mamães levantarem o astral e aproveitarem a gravidez em grande estilo. 
Durante os nove meses de espera toda gestante passa por um mix de emoções; alegria misturada à ansiedade e ao medo provocados pela novidade que está para chegar. A melhor forma de lidar com essas emoções é procurar atividades que tragam prazer e tranqüilidade, ficar perto dos amigos, celebrar os momentos e viajar com o maridão... Então que tal curtir a natureza, respirar ar puro, caminhar na areia, tomar um banho de mar ou passar uma temporada na serra para relaxar as tensões? O médico Marco Foltran, especialista em Medicina do Viajante, lembra que é preciso tomar alguns cuidados na escolha do destino, do transporte até lá e dos tipos de hospedagem e passeios. Confira as dicas para você curtir a viagem sossegada.
Para Onde Ir
Dê preferência a lugares que tenham fácil acesso a hospitais e atendimento médico, caso seja necessário. Certifique-se também se existe proliferação de doenças no local. Tenha sempre em mãos seu histórico clínico de exames e tipo sanguíneo e verifique se seu plano de saúde tem cobertura na cidade que você vai visitar.

No avião
As empresas aéreas exigem atestado médico de grávidas que estejam viajando até quatro semanas antes da data prevista para o parto ou que tenham complicações na gestação. O atestado deve ser emitido durante a semana que antecede o embarque, mas gerentes de balcão e comandante têm autonomia para vetá-lo, desde que considerem um risco. Durante o vôo, o ideal é fazer caminhadas curtas para ativar a circulação.

No navio
Certifique-se de que o navio tem assistência médica a bordo para atender em caso de eventual emergência em alto mar. Para evitar enjôos, peça que seu médico indique um medicamento adequado e não esqueça de controlar a alimentação. Prefira frutas e alimentos leves e, em caso de exagero, procure compensar com caminhadas pelos corredores ou exercícios na piscina.

No carro
Confira as condições da estrada, para evitar enjôos. Sempre use o cinto de segurança abaixo do abdômen para não machucar ou comprimir a barriga. Em caso de viagens longas, faça paradas de cerca de 10 a 15 minutos a cada noventa minutos de estrada, para caminhar e ativar a circulação. Beba bastante líquido e vá ao banheiro sempre que tiver vontade.

Bagagem
Procure sempre usar roupas leves e confortáveis. Leve na bagagem meias próprias para grávidas e sapatos baixos. Não esqueça de ter sempre à mão a carteirinha pré-natal, telefone de emergência do seu médico e alimentos ricos em fibras, frutas e bolachinhas.

CUIDADOS

1º trimestre (0 a 12 semanas)
É seguro viajar, mas não esqueça dos cuidados indicados pelo médico. Viagens longas poderão causar desconforto devido à maior freqüência de enjôos.

2º trimestre (13 a 28 semanas)
Essa pode ser a melhor época para viajar, lembrando sempre dos cuidados que devem ser tomados.

3º trimestre (29 a 40 semanas)
Evite viagens em caso de complicações médicas, gravidez de gêmeos e em caso de partos prematuros no passado. Viajar neste período exige um termo de responsabilidade. Peça ao médico uma autorização por escrito comprovando que a viagem é segura para você e para o bebê e que não existem riscos de entrar em trabalho de parto nas próximas 72h. Esteja atenta à política da companhia.

Boa viagem!

Fonte: Caderno Viagem e Lazer - Jornal O Povo - Edição de 11/10/07.

Vai viajar com crianças?

Meus filhos precisam consultar com um pediatra ou uma clínica de Medicina do Viajante antes de viajarmos ?

SIM. Seus filhos tem mais chances que você de ficarem doentes ou sofrerem algum acidente durante uma viagem.

Que tipo de preparação meus filhos precisam ?

Assim como você, elas necessitarão receber algumas vacinas e medicamentos para previnir malária, quando forem para área de risco (bacia amazônica, certas partes da África, Asia e Oceania). Além disso, você deverá aprender como:

* Evitar que seu filho tenha diarréia e como tratá-lo caso ele adoeça
* Proteger seu filho contra insetos, especialmente mosquitos (que transmitem malária, dengue, febre amarela, leishmaniose, etc)
* Evitar acidentes, o que representa um dos maiores riscos para crianças

Quais vacinas elas precisam ?
Assim como você, as crianças devem estar em dia com seu calendário vacinal para previnir muitas doenças. Isto inclui:

* Tétano, difteria e coqueluche (DPT)
* Haemophilus (Hib)
* pneumonia (pneumococcus),
* catapora (varicela)
* poliomielite
* sarampo, caxumba e rubéola (MMR)
* hepatite B

Algumas vezes é necessário acelerar o calendário vacinal, afim de completar todas vacinas antes da viagem. Assim como algumas vacinas, como contra sarampo, podem ser antecipadas para evitar uma provável exposição durante a viagem

Existe risco deles apresentarem diarréia e o que devo fazer se isso acontecer ?

Crianças, assim como adultos, frequentemente apresentam diarréia durante viagens, o que tende a ser mais severo nelas. Crianças costumam apresentar mais episódios de vômitos associados com a diarréia. Assim como os adultos, as crianças devem evitar alguns alimentos. Além disso, se elas estão sendo amamentadas, o aleitamento materno deve ser mantido durante a viagem pois isto protege o bebê contra bactérias nocivas (germes). Se a criança estiver recebendo algum tipo de fórmula, a água utilizada deve ser segura. Água fervida é a mais segura. Crianças maiores que tomam leite, assegure-se de deixá-lo seguro, o que pode ser feito fervendo o leite e deixando-o resfriar. Leite em caixa (irradiado UHT) também é seguro.

* Se seu filho apresentar diarréia, você deve encorajar maior consumo de líquidos e manter a dieta regular, se ele não estiver vomitando. Se ele começar a desidratar, comece líquidos de rehidratação como recomendado abaixo..

Se a criança estiver vomitando você deve começar fluidos de rehidratação, como os sais de rehidratação, para repor as perdas. Você pode comprá-los na maioria das farmácias com o nome de Sais de Rehidratação Oral (SRO), que são disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Você deve misturar os sais conforme instruções no pacote com água tratada (fervida) para dar para a criança.

* As crianças que estão vomitando podem estar com muita sede, o que pode fazer com que elas bebam em excesso e muito rapidamente, resultando em novos episódios de vômitos. É fundamental fazer com que a criança receba pequenas quantidades e com grande frequência. Você deve dar uma colher de chá a cada dois a três minutos. Se a criança aceitar bem, você pode aumentar a frequência ou a quantidade. Caso a criança volte a apresentar vômitos, você deve novamente reduzir a quantidade.

* Tratamento de diarréia. Em crianças com mais de cinco anos, assim como adultos, pode-se usar subsalicilato de bismuto para reduzir a frequência da diarréia. Crianças mais novas não devem usar loperamida. Para casos severos de diarréia, a criança deve receber um antibiótico conforme previamente prescrito.

Tenho que me preocupar com malária?

SIM. Malária em crianças, principalmente naquelas que nunca apresentaram a doença anteriormente, pode ser muito grave. Na verdade, nas formas graves de malária, crianças, bem como qualquer pessoa que nunca tenha apresentado a doença anterioremte, podem morrer em menos de 12 horas do início dos sintomas. Converse com seu médicosobre malária e como previnir que seus filhos tenham picadas de mosquito e que medicações eles devem tomar para previnir a doença.

Qual é o problema mais grave e mais provável de ocorrer com meus filhos durante nossa viagem?

Trauma/acidentes são as piores coisas imagináveis para ocorrer com crianças durante viagens.
* Fique bem atento quando estiver próximo a rodovias, use cinto de segurança e lembre-se que o lugar mais seguro para uma criança dentro de um carro é no meio do banco de traseiro

* Fique atento quando estiver próximo a água, pois afogamento é muito comum.

* Existem coisas que a criança pode não estar acostumada no sua rotina e podem ser perigosas como fios elétricos, veneno contra rato e exposição a animais que podem ser portadores de doenças.

* Inspecione areas onde a criança vai brincar para ter certeza da segurança.


Existe alguma medicação que possa usar nos meus filhos se eles não conseguirem dormir durante o vôo?

Não existem medicamentos mágicos e seguros que façam as crianças dormirem durante o vôo. Dfenidramina, que também é usado para coriza e alergias pode deixar algumas crianças sonolentas. Ele não conseguirá adormecer uma criança que se encontre agitada, mas facilitará o sono para aquela criança que dorme, mas acaba acordando várias vezes devido a movimentação ao seu redor. Se você decidir usar esta medicação, teste inicialmente em casa, pois algumas crianças (3 em cada 100) ficam hiperativas ao invês de sonolentas. Este tipo de medicação costuma ser vendido sem receita médica.


O que acontece com o ouvido dos bebês e das crianças durante o vôo?

Cerca de 15 em cada 100 crianças pequenas que voam apresentarão dor de ouvido. Isto geralmente ocorre quando o avião está pousando. Durante a descida pode ajudar se você der algo para a criança beber, pois isto pode ajudar a descompressão dos ouvidos.

Coisas para lembrar durante sua viagem.

Diarréia: Se uma criança apresentar mais que o dobro de evacuações que ela habitualmente apresenta e estes episódios forem diarreicos, você deve usar o antibiótico prescrito pelo seu médico. Isto é especialmente válido para casos acompanhados de febre, dor abdominal ou sangue nas fezes. Se houver apenas uma diarréia leve, mantenha a dieta habitual.
Vômitos com diarréia: Use os Sais e Soluções de Rehidratação. Você pode adquiri-los facilmente em diversas farmácias no exterior. Misture com água tratada conforme orientações e dê em pequenas quantidades, como uma colher de chá a cada 3 a 5 minutos. Aumente a quantidade conforme a criança tolerar. Reduza a quantidade caso a criança volte a apresentar vômitos e retome a dieta normal assim que for tolerada.

Doença grave ou incapacidade de tomar líquidos: Procure por uma boa assistência local. Se você possuir seguro, eles podem auxiliá-lo a encontrar um bom lugrar. Se seu filho necessitar de injeções ou de hidratação endovenosa (soro na veia), assegure-se de que as agulhas são estéreis e nunca foram utilizadas anteriormente.

Estas orientações não substituem a consulta médica.

Boa viagem!